O motor AP, sigla cujo significado é alta performance ou alta potência, trata-se de um motor de combustão interna de 4 cilindros em linha, refrigerado a água, com bloco de ferro fundido da empresa Volkswagen.
Esse motor é bastante comercializado no mercado por ter baixo custo de manutenção e necessitar de pouca reposição de peças, ou seja, tem custo-benefício excelentes para quem gosta de carros com boa potência e baixo consumo de combustível.
O motor AP é extremamente popular e tem uma comercialização muito grande, entretanto, o que é quase desconhecido da maior parte das pessoas é que sua origem vem de um projeto militar da Mercedes-Benz.
Como foi criado o Motor AP
Com a compra por Daimler-Benz de mais de 80% da Auto Union acabou adquirindo também: Audi, Wanderer, Horch e DKW, que tinham fusão com a Auto Union. A Daimler-Benz estava interessada nos DKW, que tinham se popularizado bastante na Alemanha pós-guerra.
Porém, com algum tempo depois surgiu a necessidade de um novo modelo de carro com motor de quatro tempos, foi aí que Krauss iniciou um projeto onde criaram dois modelos de motores de quatro tempos.
Dos dois motores de quatro tempo criados, o de 1.7 se sobressaiu, e este surgiu de um programa militar da Mercedes. Esse modelo trabalhava com taxa de compressão de 11,2:1.
Surgiram vários protótipos e o área demandou vários avanços, Krauss com sua experiência com motores de alta performance, recorreu ao modelo de 1.7 da Mercedes e criou o protótipo F102, que após algumas alterações tornou-se o F103.
Desse modo, surgiu o Audi F103, que foi idealizado a partir do protótipo da Mercedes-Benz criado para uso militar.
Motor AP da Volkswagen
A Daimler acabou sofrendo algumas perdas financeiras e para sanar os problemas vendeu uma de suas subsidiárias para a Volkswagen e com ela o direito de lançamento do F103.
Foi dessa maneira que o motor AP chegou a Volkswagen: a partir de negociações e vendas.
O projeto do motor AP, chegou para a Volkswagen como uma oportunidade em um momento propício que salvou não só a empresa naquele momento, mas a tornou referência, tornando-a presente no mercado até nos dias atuais.
No princípio, a Volkswagen, comercializava seus veículos com o motor traseiro, entretanto, não eram páreos na aparência aos concorrentes com motores dianteiros. Após a compra da Auto Union, a empresa passou a trabalhar no F103 e a chamá-lo de Audi 72, que logo foram melhorados e surgiram o Audi 75, Audi 80 e Audi Super 90.
Sempre buscando melhorar a experiência do motor os esforços da empresa eram direcionados para a nova geração do F103, portanto, um motor que surgiu de um projeto da Merdeces-Benz foi passado para Volkswagen e sendo adaptados para as novas demandas.
Desse modo, pode-se dizer que o Audi 80 é o pai do primeiro Passat, lançado em 193 na Europa. No ano seguinte a produção do modelo já estaria no Brasil, com algumas alterações na versão, que se chamaria de motor BR.
Apesar de um pouco inferior ao modelo europeu, o carro era considerado o mais moderno no Brasil naquela época.
De modo que ficou reconhecido pelo motor com bom desempenho, menores índices de consumo e poucos ruídos frente aos refrigerados a ar.
O motor ainda ganhou uma versão diesel que foi estreada na Kombi e posteriormente comercializada em outros veículos.
A utilização do motor em vários modelos de carros
Apesar da demora, os motores do Passat, naturalmente, chegaram à outros carros, como o Gol, o Voyage e o Parati.
Não obstante, o Passat continuava com as versões mais modernas, econômicas e potentes.
Os motores refrigerados a água só chegariam ao Gol em 1984 e no ano seguinte a evolução foi ainda maior, pois surgiu o motor AP (alta performance), que se originou quando a Volkswagen corrigiu alguns problemas das versões anteriores, incluindo novas tecnologias.
Instalaram bielas maiores, de 144 mm, pistões de maior diâmetro e virabrequim com menor curso (comparando os 1.6 entre si). Foi o suficiente para garantir aos 1.6, 1.8 e 2.0 8 válvulas um ótimo funcionamento.
No futuro, a Volkswagen faria novas modificações no motor AP que ganharia versões com cabeçote de fluxo cruzado, injeção eletrônica, flex e até com cabeçote 16V – que receberia bielas ainda maiores, de 159 mm.
Logo a Gol estreou sua versão do motor com injeção eletrônica, que se tornaria o primeiro carro nacional com o sistema, além do mais a proposta do motor se tornava ainda mais atrativa por “pegar” de primeira, ser mais suave, menos barulhento, ter consumo menor e poluir menos o ar.
O Motor AP também foi o primeiro motor flex do Brasil, ou seja, podia ser utilizado tanto gasolina quanto álcool, o que o tornava um custo-benefício ainda melhor.
Evolução da Volkswagen e seu Motor AP
Foram muitas evoluções tecnológicas na área para se chegar à versão do Motor AP que temos hoje e a tendência é que, através de novas pesquisas, novas versões continuem a ser desenvolvidas.
É possível depreender isso por conta da demanda de veículos cada vez mais tecnológicos e com as exigências de novas tecnologias empregadas em seus motores.
Uma prova de que a evolução dos motores só tende a continuar a serem desenvolvidas é observarmos que o motor AP, junto com as vantagens que vem com o conceito, entrega uma melhor performance de velocidade e consumo de combustível, mas também se torna benéfico para o próprio meio ambiente.
Motores que sejam econômicos e potentes que evitem ao máximo poluir o meio ambiente são cada vez mais imprescindíveis já que as questões ambientais são cada vez mais importantes neste século.
Desse modo empresas e indústrias automobilísticas se preocupam não apenas em criar modelos e designers atrativos, mas motores capazes de suprir a demanda dos usuários preservando ao máximo o meio ambiente.
As perspectivas para a evolução do motor AP da Volkswagen continuam em alta e isso é bom tanto para a empresa quanto para os usuários que sempre gostam de novidades compatíveis com suas necessidades.