História e atualidade: A importância das mulheres no mundo automotivo

Ao contrário do passado, em que as mulheres não podiam nem sonhar em viver no mundo automotivo, hoje elas são essenciais, tanto como motoristas quanto para o desenvolvimento tecnológico dessa área. A seguir, veremos alguns pontos que exemplificam isso.

As mulheres representam 40% do total de motoristas e se envolvem em menos acidentes

O número de condutoras está crescendo cada vez mais, e, em contrapartida, o número de acidentes diminui, pois elas se envolvem em menos acidentes. Na verdade, de acordo com o estudo feito pela Universidade de Campinas (Unicamp), elas se envolvem 3 vezes menos em acidentes de trânsito, isso com quaisquer tipos de veículos.

Segundo o estudo, entre junho de 2021 e junho de 2022, foram registradas 183% mais colisões com motoristas homens do que com mulheres. Em números absolutos, homens tiveram 192.643 ocorrências, ante apenas 68.039 de motoristas do sexo feminino.

Quanto às quedas, seja de motos ou carros, as mulheres são responsáveis por 18.000 casos, enquanto os homens têm 52.440 ocorrências.

Por outro lado, no que o estudo chama de “casos indefinidos”, em 245.019 oportunidades o acidente foi causado por homens, enquanto em outras 86.538, a ocorrência foi causada por mulheres. Consequentemente, as mulheres também são minorias em CNHs suspensas.

Invenção das setas e luzes de freio

A atriz de cinema mudo Florence Lawrence é amplamente considerada a primeira estrela de cinema que, em 1914, também inventou um pisca-pisca para veículos que influenciou os que usamos hoje.

Florence Lawrence gostava muito de automobilismo e consertou e melhorou os carros que possuía em uma época em que o mundo estava mudando a maneira como se movia. Não foi um caminho fácil para a estrela do cinema mudo que se tornou inventora automotiva.

Em 1914, Lawrence desenvolveu uma versão inicial do sinal de direção do veículo que usamos hoje.

Ela desenvolveu um braço de sinalização mecânico que, ao apertar um botão, levantava ou abaixava uma bandeira no para-choque traseiro do carro que dizia aos outros motoristas para que lado o carro iria virar. Na época, piscas, luzes de freio e limpadores de para-brisa não faziam parte de muitos ou de nenhum veículo a motor.

Lawrence não apenas criou esse sistema de sinalização indicadora, mas também construiu um sinal de freio que, quando o pedal do freio era pressionado, uma placa de PARE aparecia no para-choque traseiro do carro. Um recurso padrão e esperado nos veículos de hoje, mas na época, eles eram verdadeiramente únicos e inovadores.

Criação do limpador de para-brisa

Enquanto passeava pela cidade de Nova York em um bonde em um dia de neve no início de 1900, Mary Anderson concebeu sua ideia de uma palheta de limpador de para-brisa que poderia ser operada por dentro pelo motorista do bonde.

Anderson observou que os motoristas de bonde muitas vezes tinham que abrir as janelas para enxergar durante o mau tempo, às vezes até parando o bonde para sair para limpar a janela.

Sua ideia consistia em uma alavanca dentro do veículo que controlava um braço acionado por mola com uma lâmina de borracha. A alavanca, com um contrapeso para manter o limpador em contato com o vidro, poderia mover a palheta pelo para-brisa, removendo chuva ou neve. Com sua patente de 1903, a invenção de Anderson provou ser o primeiro dispositivo de limpeza de pára-brisa a ser eficaz.

À medida que dirigir se tornou cada vez mais comum, o limpador de para-brisa acabou sendo adaptado para uso automotivo. Em 1922, a Cadillac começou a instalar o limpador como equipamento padrão em seus carros.

Durante sua vida, Anderson se estabeleceu como empreendedora. Além de construir e administrar um prédio de apartamentos em Birmingham, Alabama, ela administrava uma fazenda de gado e um vinhedo em Fresno, Califórnia.

Antes da invenção, dá para imaginar como o frio e a chuva interferiam na visibilidade e causavam acidentes.