Torque e potência são listados em qualquer ficha técnica que se preze. Ao longo dos anos, vários mitos e desinformações surgiram explicando como cada um funciona e o que isso significa para os motoristas.

Primeiro, você precisa entender melhor o que são. Torque é basicamente uma força agindo sobre algo. Por exemplo, quando apontamos um parafuso, aplicamos torque para fazê-lo girar.

O torque é retirado do motor depois que a explosão dentro do cilindro empurra o pistão para baixo, fazendo com que o virabrequim se mova e as rodas girem.

Embora isso esteja diretamente relacionado ao desempenho, pois nada mais é do que o resultado da multiplicação do torque e da rotação, o mais importante é como essa potência é transmitida às rodas do carro.

Podemos comparar esta situação com a de uma bicicleta, onde uma pessoa muito forte pode mover uma grande massa, mas em baixa velocidade porque não consegue girar os pedais muito rapidamente. Mas, por outro lado, uma pessoa mais fraca não consegue mover o mesmo peso, mas pode ir mais rápido porque consegue mover o pedal com mais facilidade.

Na prática, o torque máximo é, portanto, sempre alcançado em rotações mais baixas, enquanto a potência máxima ocorre apenas em rotações mais altas. Para que o combustível seja utilizável em veículos de passeio, idealmente a distância entre os picos dos dois deve ser a menor possível. 

Isso torna a condução mais confortável e não requer tantas trocas de marchas, pois a potência cai e o torque aparece nas subidas. Para superá-lo, você precisa reduzir a marcha e, com isso, também perde velocidade. Se essa distância entre eles for muito grande, o carro até conseguirá enfrentar a subida, mas em baixa velocidade.

O torque é medido em Newton metros (Nm) ou em quilograma-forma metros (kgfm). Já a potência é calculada em quilowatts (kW) ou em cavalos-vapor (cv). No Brasil são usadas diferentes medidas, mas, na Austrália e alguns países da Europa, as medidas corretas de medição são respectivamente Nm e kW.