Em agosto de 2020 entrou em vigor com a deliberação da ANP, a nova gasolina em todo o País, com medidas a fim de melhorá-la ainda mais. Algumas dessas medidas que a agência que monitora o combustível no Brasil determinou estão relacionadas com a densidade, octanagem e ponto de vaporização.
Dentre as determinações colocadas para o novo combustível, a mais relevante para o condutor é em relação a densidade mínima de 715 kg/m³, ou seja, é o peso de um litro de gasolina, que equivale a 715 gramas.
Até então não existia uma medida definida para a densidade, para permitir melhor desempenho do motor. O que se considera é que quanto menor a densidade, maior será o consumo daquele produto.
A grande questão é que grande parte dos solventes que são usados para modificar a gasolina tem densidade menor. Existindo então essa densidade mínima vai ser complicado para aqueles que modificam o combustível com solventes, permitindo assim a qualidade do produto nos postos de combustíveis.
Como se sabe quanto mais densidade, menos irá consumir o produto e assim poderá transitar muito com o veículo gastando menos combustível, sendo assim, a gasolina tendo a densidade mínima vai demandar um custo bem alto para produzir e consequentemente terá mais valor no mercado, ou seja, ela ficará mais cara. Por outro ângulo, a esperança é que o consumo dos veículos seja de 4% a 6% menor.
Outro quesito a melhorar é a octanagem da nova gasolina brasileira. Mas o que vem a ser octanagem? É a capacidade de resistência que a gasolina tem ao sofrer pressão no motor. Quando a gasolina entra, ali dentro do motor acontece a pressão, onde surgem faíscas na vela o que impulsiona o veículo a andar.
Atualmente, a octanagem é de IAD 87: esse IAD 87 significa uma grandeza média entre duas ordens de medidas; MON e RON. O IAD é usado no Brasil.
A distinção entre duas medidas é que a MON olha a força a detonação em uma volta mais alta, e medida RON olha a força em voltas mais baixas.
A octanagem da gasolina comum se mantém com o IAD 87. E da Gasolina premium por exemplo com IAD 95. Com a nova gasolina brasileira em relação a octanagem nada muda, apenas passará a ter RON 92 e a premium RON 97. Há indícios de que a partir de 2022 a octanagem altere o valor, passando para RON 93 para a gasolina comum.
A maioria das pessoas costumam enxergar isso como grande vitória, mas na verdade não é, pois altera muito pouca coisa. Os veículos poderão ter benefícios com o aumento da octanagem. Em contrapartida, uma octanagem baixa pode ocasionar a batida de qualquer motor.
E outro ponto a ser medido é o ponto de evaporação, sendo definido um limite máximo e mínimo de temperatura para ocorrer a exalação de 50% da gasolina, medida que é denominada de destilação e mede a instabilidade do combustível.
Até então, existia o monitoramento do limite máximo pela ANP. Especialistas no assunto dizem que um perfil apropriado de destilação promove melhora da combustão, parado, dirigindo, no aquecimento, e no tempo de partida.
Para consumir a nova gasolina não será preciso passar por ajuste no motor.
O consumidor poderá atestar no posto de gasolina a nova gasolina, podendo observar mergulhando um densímetro entre 700 e 750 gramas por litro se o valor encontrado for inferior a 715, o combustível está alterado. Todos os postos devem oferecer esse medidor a fim de verificar a densidade do combustível.
A ANP estabeleceu um prazo de 90 dias para acabar com a gasolina velha no Brasil. Durante este meio período de tempo, pode haver uma mistura da nova gasolina com a velha. Mas ao se passar 90 dias o consumidor terá direitos de comprar apenas do produto novo determinado.
Caso encontre irregularidades, o consumidor poderá efetuar denúncias na ANP por meio do telefone de contato 0800-970-0267 ou ainda pela internet no fale conosco da agência. O posto poderá ser denunciado se este se recusar a fazer o teste da densidade da gasolina.